sexta-feira, 22 de março de 2013

ENEM fecha patrocínio com a Nissin, fabricante do Miojo!





O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, diz que para o próximo ano as regras da redação irão mudar e os avaliadores deverão ser mais rígidos na hora de avaliar as receitas escritas pelos candidatos e promete que será criada uma tabela para ajudar na correção das redações e exemplifica dizendo que uma receita de um prato francês poderá receber nota máxima e explicou que fazer Miojo qualquer um faz. Mercadante ainda justificou que os avaliadores deram nota 560 para a redação do Miojo por entenderem que quando o aluno colocou a receita do Miojo ele implicitamente disse que o Miojo surgiu justamente por causa do movimento imigratório para o Brasil. Ah bom! Será que ninguém reconhece o talento desse rapaz?

Todos os alunos do ENEM receberão junto com o cartão resposta um pacote de Miojo sabor Galinha Caipira, avaliadores e fiscais de prova receberão dois pacotes de Miojo sabor Carne já a partir do próximo ano segundo o portal do MEC informou.

Com relação ao outro aluno que colocou o hino do Palmeiras e ganhou nota 500 o ministro disse que vai baixar uma norma proibindo tal recurso para evitar constrangimentos e ações na justiça alegando bullying. 

Fala sério né?

A única coisa que Mercadante não comentou foi como alunos que escreveram “trousse”, “enxergar” e “razoável” conseguiram tirar nota máxima (1000) em suas redações. Talvez, não, com certeza ficou calado por não ter nada a dizer. Por não ter desculpas. Nem esfarrapadas. Melhor não se comprometer né? Até porque ele diria que não foi ele quem “trousse” esse problema, isso já “ezistia” desde os tempos de Cabral que descobriu uma terra que não se importaria muito com a educação do seu povo, onde professores seriam mal remunerados, onde as promessas de se fazer do país um exemplo na educação ficaria somente no papel, até porque para erguer escolas, creches é preciso antes de dinheiro vontade, gana e coragem. E isso...

Mas é claro que os defensores do governo de plantão irão dizer que nós não “enchergamos” a coisa como ela deve ser vista. Que somos exigentes.

Pena que essas pessoas não vejam que a Educação assim como a Saúde está gritando por socorro. E essas mesmas pessoas serão capazes de não achar nada assim tão grave o fato de universitários do curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aparecerem em fotos humilhando calouros em um trote com conotação racista e fazendo saudações nazistas com direito até ao bigode semelhante ao de Hitler. Vão dizer brincadeira de criança como é bom. Onde estão as crianças? Onde está a brincadeira? Além de estudantes de direito são pessoas com certa cultura que estudaram história, leem, são letradas e se tornarão num futuro advogados, procuradores, juízes e quem sabe ministros. Como você vai confiar no discernimento de uma pessoa que pensa assim? Você entregaria seu filho para ser defendido por uma “coisa” dessas?

Todas essas questões passam pela nossa Educação de uma forma ou de outra. E tudo é dor, tudo é decepção, preocupação e dúvidas. Dúvidas de para onde vamos e de onde estamos.

É lamentável. 





De quem é a culpa do descaso?

Maioria dos prefeitos diz que assumiu cidades sucateadas. Não vale entrar nessa discussão. Será um jogo de empurra-empurra. A culpa é sempre do outro.

A questão é: De quem é a culpa do descaso? Que descaso? Algumas das vítimas do Morro do Bumba, tragédia que aconteceu em 2010 em Niterói, matou 169 pessoas e desabrigou outras 13 mil, continuam vivendo no lixo e estão abandonadas. São 268 pessoas, sendo 144 crianças. São três anos. Não são três dias. Não é vou ali e já volto. É vou ali e se vira você nos trinta. O lixo onde vivem é a antiga sede do 3º Batalhão de Infantaria, em São Gonçalo. Agora é somente um vaso sanitário (que está quebrado) para 89 famílias. Ano passado duas crianças morreram de pneumonia. A prefeitura informa que elas serão transferidas para um conjunto habitacional que deve ficar pronto em abril. Mas, meu Deus, quem explica esse tempo? Não é a mãe nem a família de nenhum deles que está lá. Não tem parente de político. Tem eleitores. Mas o que são eleitores? Nada.

Mas o descaso não é só aqui. É geral. É no Brasil. Quantas vítimas de tragédias que deveriam ter sido evitadas pelos governantes que são esquecidas em qualquer canto e de qualquer maneira?

Por que continuam fazendo isso? A tragédia da Região Serrana que aconteceu em 2011 não serviu de nada. Serviu para matar 900 pessoas. Ponto. A tragédia voltou a subir a Serra e castigou mais uma vez Petrópolis. Dessa vez morreram menos, até agora 27, mas morreram e o que se viu poderia ter sido evitado.

O grave é que não é falta de dinheiro. O dinheiro existiu em 2011, mas foi desviado. Puf! Desde o ano passado existe um plano de R$ 60 milhões com verba do PAC, mas que está parado esperando talvez alguém se lembrar disso. Enquanto isso não acontece começa agora a briga, depois de mais essa tragédia que poderia ser evitada caso o plano fosse levado adiante, de quem foi negligente, de quem deixou de fazer o que e quando. Será que isso interessa agora? Que façam ontem tudo e em paralelo que se tente chegar aos culpados. Se continuar nesse ritmo outro ano irá passar e novas chuvas irão chegar. E pessoas irão morrer pela total incompetência de um governo de levantar a cabeça e abrir os olhos. Essas pessoas tem pressa. Urgência. A natureza não tem razão, ela não pensa, ela não pondera. Ela age. E os que pensam, ponderam e deveriam ter razão, fazem nada. Sentam e esperam.





Enquanto isso vou ali tomar meu Ades Maçã e volto! Se possível...

Estou achando que é ainda melhor arriscar tomar um copo do Ades Maçã do que tentar ingerir e digerir essa última pesquisa da CNI-Ibope sobre a gestão do governo Dilma. Ficou constatado que 63% acham a sua gestão boa ou ótima. Onde? Que 79% aprovam o modo de Dilma governar. Como assim? E 75% confiam na presidente. Eu ouvi direito?

E claro que vou continuar tomando meu suco em vez de tentar entender como o deputado Marco Feliciano ainda não saiu pela porta dos fundos com o rabo entre as suas pernas que seria a única coisa sensata que ele poderia fazer. Não precisava dizer nada, porque já sabemos o que ele pensa. Aliás, ele poderia dar as mãos ao deputado Bolsonaro e os dois serem encaminhados para um curso de reciclagem do que é ser humano no século XXI. Pode ser que doa um pouco para eles, mas nada que uma pomada não cure.

Salvem as baleias. Não jogue lixo no chão. Não fume em ambiente fechado. 



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