Ridículo. Indecoroso. Intragável. Inadmissível. Indizível. É, se eu fosse
dizer realmente o que eu acho dessa palhaçada, palhaçada não, teatro, que fica
mais bonito, eu acho que não me publicaria. Enfim, vou tentar dizer, só que com
palavras mais amenas.
Esse teatro de que pressionados pela opinião pública os
deputados e senadores resolveram então abrir mão dos 14º e 15º salários que
recebiam há mais de 65 anos não me desse à garganta.
Tá eles não vão mais receber, mas isso não acaba com os
outros dois salários extras pagos um no começo do ano e outro no final do ano a
título de ajuda de custo para compensar despesas com mudança e transporte para
trabalhar em Brasília.
Quem eles querem enganar? Na verdade então havia um 16º e 17º
salários “não declarados” como salário. Talvez como uma gorjeta? Um vale-transporte.
Os outros trabalhadores que recebem um salário mínimo de
merreca (leia-se isso mesmo que você pensou) e que seriam os mais necessitados que
eu saiba não ganham um salário extra para compensar (às vezes) os mais de dois transportes
públicos precários que eles pegam para chegar ao trabalho. Claro que não. Eles
ganham sim o vale-transporte, mas que recebe um desconto no salário de 6% para
ajudar o patrão. Isso tá na lei. Então que a lei valha para todos. Ou será que
os deputados e senadores não são pessoas comuns? O Sarney eu sei que não é,
porque o Lula já falou isso.
Nos bastidores do “teatro” e da encenação, deputados
reclamavam do fim desses salários, mas sem coragem de assumirem publicamente
isso. Apenas o deputado Newton Cardozo (PMDB-MG), o coitado, disse com a cara
mais lavada, que é errado isso, que estavam votando isso com medo da imprensa,
que era uma deslealdade com os deputados que precisam desses valores e
enfatizou que não falava isso pelo partido, mas por ele mesmo e dos que não têm
coragem.
Já o presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves, com a cara
também lavada de vergonha, comemorou e parabenizou o Plenário que com esse ato
resgatava a altivez e a dignidade do Parlamento brasileiro. Não é lindo isso?
Estou tão comovido que não consigo nem escrever mais nada. Vou logo ali chorar
um pouco e já volto.
Agora o nome dele é Luiz Inácio Lula “Abraham Lincoln” da Silva!
Num caso típico de perda de identidade, o ex-presidente Lula,
ao discursar na festa de comemoração dos 30 anos da Central Única dos
Trabalhadores (CUT), disse que ele é na verdade a encarnação do ex-presidente
dos Estados Unidos, Abraham Lincoln. E continuou de salto alto dizendo que seus
adversários políticos sentem inveja dele, se sentem incomodados com o sucesso
que ele faz. E mais aquele típico blá, blá, blá de sempre.
Mas pensando numa frase do verdadeiro Abraham Lincoln, – “É
melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que
falar e acabar com a dúvida” – tive por um momento a dúvida se Lula é realmente
quem diz ser.
Pois Lula fez exatamente isso se calou diante do maior escândalo
da história desse país. Na verdade ele não se calou calado, até porque disse
várias vezes que não fez nada, não sabia de nada. Mas...
Tenho que agora sair da minha zona de conforto e fazer algo
inusitado, defender Lula. Vocês, por favor, façam “Ohhhhhhh”.
Pensando como um psicólogo, não tem como uma pessoa conseguir
não ter essas crises de identidade quando já foram comparadas até com deus. Eu
entendo o Lula. Daqui a pouco ele vai querer virar santo, ser canonizado, ganhar
Prêmio Nobel, entrar para o livro dos recordes, ganhar nome de rua, avenida. Ele
vai querer tudo. E vai chegar uma hora em que ele não vai aguentar e o pior vai
acontecer quando ele realmente descobrir o que ele é. Quem ele é.
E quem ele é? Bem ele é um ex-presidente com questões mal
resolvidas, com complexo de Rei na barriga, na cabeça, no corpo todo,
mentiroso, fanfarrão, uma pessoa sem modéstia nenhuma, prepotente, articulador,
muito esperto, e poderia continuar por mais várias páginas. Mas vou deixar você
também ter o seu momento de reflexão.
Ato Falho!
Eu diria com toda a convicção que o PT também se envergonha
do ano de 2005. Pois na exposição de fotos ilustrativas da trajetória do
partido eles simplesmente pularam o ano que foi marcado pelo escândalo do
mensalão. Eu ouvi dizer por aí, que não foi bem assim, não foi um ato falho,
foi culpa do estagiário que não levou as fotos para a gráfica fazer o painel.
Mas deputados do DEM querendo ajudar a não deixar nenhuma
lacuna na história levaram um painel contanto essa parte esquecida e aí...
E aí, o PT mostrou como eles são. Como eles pensam. O tempo
fechou. Houve brigas, xingamentos e o Plenário brasileiro foi novamente palco
de cenas vergonhosas até com agressões físicas. O deputado Devanir Ribeiro
(PT-SP) além de dar um tapa no deputado Onyx Lorezonzi (DEM-RS) que discursava
arrancou o microfone dele e o chamou de canalha, canalha.
Se isso é democracia, se isso é atitude digna de um deputado,
de um partido, parem o ônibus que eu vou descer.
E claro, o PT se fará de vítima, que a oposição quer ofuscar
a festa, quer tentar manchar o nome de um partido, a sua história.
Mas nós sabemos que eles próprios, é o próprio pessoal do PT
é que fez isso. Eles talvez só não saibam.
Salvem as baleias. Não jogue lixo no chão. Não fume em
ambiente fechado.
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