quinta-feira, 24 de março de 2011

Desconforto "made in Brasília"!®

Pois, então, veja como são as coisas. Está tudo muito claro. Diria até cristalino. E depois vem uns e outros dizer que nós não os entendemos. Ele já foi decifrado e só não vê quem não quer. Essas pessoas que nos criticam, assumem uma cegueira não literal, mas de forma decisiva e real para eles, onde tudo que ele faz é bonito, tudo o que ele diz é verdadeiro, tudo o que ele pensa é digno de um grande pensador. Antes, porém, digo que já fiz análise e sei que a inveja é aquilo que já se sabe.


E aqui não se trata nem de inveja, mas de fazer o que seria coerente. E fazer o que se espera de um ex-chefe de Estado que é até considerado (volto a dizer), por uns e outros, o melhor de todos os tempos aqui no Brasil e que inclusive ganhou o adjetivo de “o cara” de quem é e mostrou ser o verdadeiro “o cara”.



Lula pisou feio na bola, o que nem é novidade. Do alto de seu pedestal e de seus sapatos de salto alto, Lula fez birra e simplesmente não foi ao almoço de boas-vindas ao presidente Obama, segundo dizem por não ter sido convidado por Dilma e sim pelo Itamaraty. Como se o Itamaraty fosse o lobo mau que iria comer Lula para fazer mingau. Certamente, a assessoria de Lula logo trabalhou para tentar achar uma desculpa, e entre várias opções, como uma leve indisposição, teve que doar sangue, está de dieta, arrancou o siso, escolheu-se o básico: incompatibilidade de agendas.

Um almoço que teve seus 350 convites disputadíssimos, viu-se FHC, Sarney, Itamar e até o Collor (que é o Collor) lado a lado. Mas não teve Lula. Não que eu tenha sentido sua falta, falta nem faz, nem fez, mas ele tinha obrigação de ter ido. Já a turma do “vou falar mesmo” diz que Lula preferiu um churrasco em São Bernardo do Campo. Onde dizem também se empanturrou de Cupim e coração de galinha.

Corações e galinhas à parte, a verdade é que Lula, por causa de seu ego de se achar um popstar e de continuar se achando o tal, iria se sentir menosprezado por nem ser a atração do almoço e pelos holofotes estarem hoje direcionados para Dilma, sua candidata e pupila. Mas Lula ainda não está sabendo lidar com tudo isso. A presidência tem feito falta e vem fazendo Lula sofrer. Ah, coitado!

Será que alguém já disse que ele deveria se tratar? Deitar no divã de um psicólogo não é vergonha nenhuma. Faz até bem para a pele, sem dizer, é claro, para a pessoa. Para a alma. Para a vida.


E vida que segue. Mas que a situação causou um pequeno mal-estar, isso não tenha dúvida.

Só que de uma coisa eu não tenho dúvida: um deputado deveria dar o exemplo em todos os sentidos. Seja na forma de tratar as questões para as quais ele foi eleito, seja na ética, seja nas palavras e atos. Só que o que vemos por aí – e isso vem de anos – são deputados, senadores, políticos em geral fazerem justamente o que todos nós abominamos. Uns que votam nas mesmas pessoas a cada nova eleição.


Só que quando esse ato passa a ser algo mais perigoso como foi uma fala do deputado Júlio Campos (DEM-MT) numa reunião de bancada do partido na Câmara, algo deveria ser feito com urgência. Não se poderia deixar a coisa passar incólume. O (não) tão nobre deputado, ao criticar a eficácia do foro privilegiado destinado às autoridades no país e defender a manutenção de prisão especial para autoridades, referiu-se ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, como “moreno escuro”, por ter esquecido seu nome. Isso é inadmissível independentemente da pessoa ser o que for. Mas vindo de um deputado, isso se torna pior ainda. Num mundo já cheio de preconceitos, onde muitos sofrem, não podemos permitir que ninguém use qualquer expressão para substituir um nome. O nome é a identidade da pessoa, é sua marca registrada. Cor, credo, religião nunca foram marca registrada de ninguém. É assim que nascem grandes ditadores que já fizeram horrores com a humanidade. É assim que cresce o ódio, e o preconceito.


É assim que vamos evoluindo para a involução do ser humano.


Salvem as baleias. Não jogue lixo no chão. Não fume em ambiente fechado.

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